E a vida recomeça dentro da cadeia pública de Gravatá. Apenados produzem esquadrias de alumínio, diminuem pena e recebem salário.

Reportagem de Valéria de Fátima
Tabalho dignifica o homem. É tempo de recomeçar.
O sistema prisional de Gravatá oferece um bom exemplo para Pernambuco e o Brasil.

Na cadeia pública de Gravatá foi implantada uma indústria montadora de portas e janelas em esquadrias de alumínio, cujo objetivo maior, além da produção industrial, visa a ressocialização dos detentos, proporcionando-lhes dignidade, remissão da pena em 1 dia a cada 3 dias trabalhados, remuneração mensal, e, principalmente a descoberta de uma nova profissão, que vai facilitar a reintegração ao trabalho após a liberdade.

Sob a inspiração dos empresários Celso Maranhão e Gustavo Jardim, da empresa Pórtico Esquadrias, industrial com sede no Recife, foi constituída na Cadeia Pública de Gravatá, a Livre Esquadrias Produtivas, cuja a mão-de-obra é formada por detentos.

O projeto tem apoio integral do governador Eduardo Campos e já serve de modelo para ser implantado em outros presídios do Estado.

Tendo em vista as dificuldades do sistema prisional, e considerando o trabalho como questão principal da ressocialização e do resgate da cidadania, o Dr. Guilherme Felipe de Azevedo (Diretor da Gerência Regional Prisional) se uniu aos empresários Celso Maranhão e Gustavo Jardim, para montar no município a primeira industria funcionando no recinto de uma cadeia pública.

A Livre Esquadrias Produtivas tem como objetivo montar portas e janelas com qualidade para o público da classe econômica com mão de obra de presos da Cadeia Pública de Gravatá.

Após a aprovação do governador Eduardo Campos, foi montado um galpão com  infra estrutura industrial de esquadrias de alumínio, e providenciados equipamentos necessários a segurança dos apenados, e as horas de angústia causadas pelo ócio passaram a ter uma dinâmica diferente.

Segundo Gustavo Jardim - Gestor da Livre Esquadrias Produtivas, “o sistema prisional não existe para excluir. É por isso que a Livre tem o objetivo de fazer um trabalho  junto aos apenados na montagem de portas e janelas de qualidade, e com esse tipo de ressocialização elevar a maneira como eles se vêem, e como enxergam a sociedade.”

Há sete meses os trabalhos desenvolvidos por esta articulação entre poder público e iniciativa privada tem mudado o cenário prisional de Gravatá.

Os apenados, cientes das vantagens oferecidas, entre elas a remissão da pena em 1 dia a cada 3 dias trabalhados, remuneração mensal, além da possibilidade da descoberta de uma profissão, tem visto com outros olhos a integração ao trabalho após a liberdade.

”Essa visão é extremamente digna, pois em algum tempo esses homens estarão de volta à sociedade. É melhor prepará-los para que esse reencontro seja da melhor forma possível. Assim, estará se promovendo um resgate de valores, pois esse trabalho que está sendo feito por eles serve de referencial por toda a vida”, destacou Antonio Regis, Coordenador da Cadeia Pública de Gravatá.

O ambiente no galpão da Livre é agradável e harmônico, e sobretudo produtivo, e conta com as orientações de Antonio Joaquim da Silva Filho - Supervisor Operacional -, na busca de aprimorar, adequar, e qualificar cada vez mais as portas e janelas ali produzidas, É gratificante ver a alegria dos apenados a cada tarefa realizada, bem como o saldo da auto estima.

Fonte: www.blogdocastanha.com

“Parabéns para todos os envolvidos neste projeto! O mercado de esquadrias precisa muito dessa mão de obra que em breve estará nas ruas. Acredito que eles saiam de lá já empregados ou como futuros empreendedores. Esperamos que essa atitude do Governo de Pernambuco sirva de exemplo e modelo para todas as penitenciárias do Brasil. O Canal do Serralheiro e o Prof. Alexandre Araujo estão a disposição para ajudar nesse projeto maravilhoso oferecendo cursos e palestras sobre esquadrias para os apenados.”

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