Por: Carlos Eugênio - Repórter
Saber como a China consegue produzir a baixo custo e vender para todo o mundo atrai cada vez mais a atenção
Segunda maior economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, com crescimento econômico em torno de 8% anuais, a China atrai cada vez mais empresários brasileiros, curiosos por entender como conseguem produzir bens de consumo e de capital, têxteis e vestuário, brinquedos etc e vender para o mundo todo com preços tão baixos. "Em geral, eles produzem em larga escala, gozam de grandes incentivos fiscais, tributários e cambiais, de leis trabalhistas mais flexíveis e contam com muito investimento privado e disposição para o trabalho", responde o presidente do Sindicato da Indústria Metalmecânica do Ceará (Simec), Ricard Pereira.
"Eles têm produtos de todo preço, de terceira, de segunda e de primeira linha. O cliente é quem manda", emenda o empresário, que já esteve na China, juntamente com outros 64 empresários, sendo 34 do setor metal mecânico, para conhecer e entender a "mágica" dos chineses de produzir e vender barato. Pereira reconhece, porém, que os produtos e máquinas chineses começam a ganhar qualidade, quebrando um "tabu" de que os importados da China são, em geral, de baixa qualidade.
Vendas facilitadas
No setor metalmecânico onde atua, Silveira reconhece que "a parte elétrica e hidráulica dos produtos chineses ainda é ruim". Ele ressalta, no entanto, que os chineses são maleáveis para fazer alterações nos produtos, de acordo com a necessidade e demanda dos clientes. "Eles facilitam as condições de vendas para fechar os negócios", aponta o empresário.
Conforme explica, quem não gostar da qualidade de uma máquina, por exemplo, pode sugerir a substituição de componentes internos, como motores elétricos e peças hidráulicas produzidas por indústrias multinacionais renomadas no mercado mundial, a exemplo das alemãs, italianas e brasileiras. Para ele, a China é ótimo país para importar peças e matérias primas para produção de produtos da linha branca, autopeças e componentes para máquinas operatrizes diversas. "Alumínio para esquadrias é muito barato", ilustra.
Exportação difícil
Boa de negócio para os importadores, mas nem tanto para os exportadores. De acordo com Pereira, o Ceará e o Brasil "ainda precisarão avançar muito para vender produtos nacionais à China, além de commodities, como aço e grãos. O empresário aponta a política econômica brasileira, com elevadas carga tributária e burocracia, além do câmbio apreciado no Brasil e depreciado na China, como principais entraves aos exportadores nacionais.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1124243
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