domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dona de serralheria de Salto, SP, conta segredo do sucesso na carreira

Aos 53 anos, Cristina é finalista do Prêmio Mulher de Negócios do Sebrae. "Planejamento e ousadia são determinantes para uma bela carreira", diz.
Por Viviane Gonçalves Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Planejamento e ousadia são os segredos da empresária do ramo da serralheria e automação Cristina Lara Pacheco,  de 53 anos, moradora de Salto, no interior de São Paulo.

Ela é um exemplo de sucesso profissional, mas enfrentou diversos obstáculos antes de encontrar o sucesso.

Aos 10 anos, a filha de um empresário já sentia na pele os deveres e as responsabilidades de estar à frente de um negócio. Ajudava na administração da gráfica do pai, onde o sonho começou, cuidava das contas e até do marketing, que na época, era feito com a entrega de panfletos.

Ricardo Lima/LUZAos 15, ela se formou em um curso de cabeleireira e manicure, mas ainda com vontade de crescer profissionalmente graduou-se no Magistério e ingressou na carreira de professora. Por anos, conciliou o trabalho de lecionar e o de cabeleireira. Eram dias e noites de muito trabalho, por conta da ideia de ser dona do próprio negócio.

A família começou a se formar: marido, filhos, e com isso as responsabilidades e a obrigação de ajudar no sustento. A necessidade de uma renda fixa fez com que ela começasse a trabalhar em uma empresa. O setor da serralheria trouxe, além do salário, a grande oportunidade da vida dela. “Foram seis anos como assistente de compras na empresa. Com o tempo, eu senti que o mercado era pouco explorado e percebi que eu poderia e deveria investir. Já tinha conhecimento e vontade, só faltava o dinheiro”, revela Cristina.

Com a ajuda do irmão e apoio do marido, Cristina apostou o pouco que tinha para alcançar o sonho de se tornar dona do próprio negócio. Montou uma empresa no mesmo ramo. Pequeno, o novo negócio começou com alguns clientes, e se engana quem pensa que o trabalho da então chefe diminuiu. “Fiquei três anos sem salário, o capital que entrava eu investia, abrimos nosso negócio em um espaço apertadíssimo, com apenas nove metros quadrados. Só depois de cinco anos eu comecei a ver o resultado de tanto esforço”.

Hoje, com 25 anos de existêcia, a empresa conta com oito máquinas, é uma das lideres de mercado, produz esquadrias de metal, portas e janelas, entre outros produtos de acabamento no setor de construção civil. 

 De vento em popa, a empresa segue em um segmento que não para de crescer. Ver a empresa consolidada não acabou com os sonhos da empresária. “Preciso e vou achar outra oportunidade, mas agora eu estou bem mais amparada, acho que pode ser mais fácil”, conclui Cristina.

Dificuldades
 
Muitas noites em claro, fim de semana sem descanso, além do preconceito. Os obstáculos para o progresso de Cristina no ramo da serralheria.  “No começo tive muita dificuldade, pois a área era muito praticada por homens e tive muito preconceito com os serralheiros, que não aceitavam opiniões e não admitam serem cobrados por uma mulher, tendo como justificativa que mulher não entende de fabricação de portão. Mas, com o tempo, eu fui conquistando a confiança deles, mostrando que minhas ideias podiam dar certo, estudava para falar. Hoje esse papo de que 'mulher não entende' não existe mais.”


Planejamento, pesquisa, pioneirismo. Estas são algumas das palavras que Cristina define como aliados do sucesso. “Acredito que o diferencial do meu sucesso está em eu ter encontrado um setor que na época ainda era novidade, eu corri e cheguei à frente.”

Cristina é uma das finalistas é finalista do Prêmio Mulher de Negócios, realizado pelo Sebrae, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. São 3.629 empresárias inscritas que compartilharam sua trajetória profissional de sucesso e submeteram sua gestão à avaliação, com base no Modelo de Excelência da Gestão, da Fundação Nacional da Qualidade. No Estado de São Paulo foram 517 inscrições.  “Fui incentivada e acabei me empolgando, acreditei que alguém estaria lendo a minha história”, diz. A final está marcada para o dia 8 de março, em Brasília.

“É preciso perseverança todos os dias, é uma batalha e a mulher tem que se planejar, não dá para entrar de cabeça, pois, se não der certo, vira frustração, e não se pode desistir no primeiro obstáculo. É preciso sonhar e ter um objetivo planejado, abdicar de muita coisa e, claro, ter o apoio da família. Difícil vai ser sempre, mas o impacto dessa dificuldade só depende de você”, conclui a empresária.
Extraido de: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2012/02/dona-de-serralheria-de-salto-sp-conta-segredo-do-sucesso-na-carreira.html
Unknown
Unknown

This is a short biography of the post author. Maecenas nec odio et ante tincidunt tempus donec vitae sapien ut libero venenatis faucibus nullam quis ante maecenas nec odio et ante tincidunt tempus donec.

Nenhum comentário:

Postar um comentário